2 de janeiro de 2015

Descartar...


O sentido literal da palavra 'descartar' é 'V.pr. Livrar-se de alguém ou de alguma coisa importuna.' É isso que estamos virando? Pessoas importunas, você sabia que 'importunar' é 'Incomodar persistentemente alguém com pedidos inoportunos, desagradáveis'. Alguém sabe me explicar como é que atenção, carinho, afeto, olhar, abraço, podem ser pedidos 'inoportunos' a ponto de alguém querer se livrar? Como diz uma amiga minha as pessoas estão amando coisas e descartando pessoas. Tenho visto e ouvido casos de descartes humanos tão doloridos. Estamos sendo transformados em bonecos de pano, como que uma criança pega para brincar enjoa e larga em um canto. Mas diferente dos bonecos, nós temos uma vida pulsando. Uma coxa, um peito (como um frango) valem mais do que sinceridade, verdade, cumplicidade, companheirismo. Uma noite, vale mais do que uma infinidade de bons momentos. O que anda acontecendo? Estou apavorada e me vendo empurrada a essa onda de descarte, por não conseguir mais acreditar que a ordem continua a mesma: pessoas amando pessoas e descartando coisas. Está tão difícil nos reciclarmos e voltarmos a acreditar que essa ordem ainda é possível. E não falo só de relacionamentos no sentindo afeto homem mulher/homem homem/ mulher mulher/ homem mulher homem/ mulher homem mulher, mas este é um assunto para outro post. Ouço muito por ai: me sinto um lixo, estou me sentindo um lixo, as próprias pessoas estão se tratando como coisas. Acredito que deveriam haver mais 'psicocardiologistas', está cheio de corações partidos por aí precisando de um redirecionamento e acreditem o meu também está, por tudo, por ser fruto do descarte, por assistir mais pessoas chegando aos montes neste monte e por talvez não conseguir mais me reciclar. 

18 de abril de 2012

Um baile cheio de 'CHARME"

No meio da noite carioca o som toca alto, nao tem ar condicionado, mas tem muita animação, musica da boa, e um movimento que segue firme por cerca de 30 anos.O estilo que mistura hip hop, rap e soul nada tem a ver com o que tem sido mostrado na novela do momento, no baile do viaduto de Madureira o que pega mesmo é muito mais animado, e la o colorido das armações dos óculos, das roupas das moças e o conforto das calças e tênis dos rapazes dão o tom. O interessante do baile é que uma coreografia começa com poucas pessoas e vai se tornando uma grande massa dançante. Quem frequenta afirma que o esquema é a diversão. Alguns itens sao obrigatórios, além das roupas confortáveis, por conta do calor, é necessária a toalhinha...Ela garante que os participantes sequem o suor e acaba virando um cuidado coletivo, quando no momento em que o baile esta fervendo um ajuda a manter o outro seco e assim seguem a noite. O índice de violencia e furto no baile é zero.Esse é o CHARME, no coração do Rio é o Brooklyn brasileiro so que muito mais colorido!

23 de março de 2012

Pixo - Contra e cultura

Se essas coisas lhe são familiares, ou fazem parte da sua vida, provavelmente voce é um militante da contracultura: Beat Generation, Woodstock, Sartre, underground, cultura alternativa, entre outros. A contra cultura nada mais é do que aquilo que vai contra tudo que se tem como valor, cultura, habito de uma sociedade. O questionamento sobre tudo isso as vezes é mal interpretado, e acabam, em sua maioria marginalizados os que questionam o que é "padrão". A cultura do pixo, veio como um grito da periferia e daqueles que de alguma maneira queriam expressar aquilo que pensam. Hoje o Pixo tomou uma proporçao de arte, porém seus militantes ainda mantém suas raizes naquilo que acreditam, acho que a melhor frase que li sobre o assunto foi: "Não é só estar na Bienal. Pichação é guerrilha.", dita por Djan Ivson em uma entrevista na Folha. Ele começou a pixar aos 12 anos e não parou mais. Desde que pichou uma obra na Bienal de São Paulo em 2010 o mesmo se tornou uma celebridade da contracultura um porta-voz do pixo e hoje vive da venda de seus DVD's e das Palestras que ministra em Universidades. Nessa entrevista cedida ao jornal Folha de S. Paulo, ele ainda diz que acredita que o dia que se fizer pichaçao autorizada sem quebrar regras o pixo perdeu sua verdade. Reflitamos pois na verdade quantos de nós gostariamos de tornar publico aquilo que nos incomoda afim de que, quem seja o culpado pelo nosso incômodo perceba que está incomodando.